A conversão no grito do poeta
As lágrimas dos sonhos perpetuam na alma
Um gosto de sal, que lhe supera o sabor:
Tal pingos de mar, onda exuberante e calma,
Nostálgica brisa de um conturbado labor.
Assim foi seu início, simulando a dor,
Mas cruzou a esperança, perpassando a palma
Da mão que esmaga os espinhos de uma flor,
E depois, sangrando, contra o peito a espalma.
Porém o poema, no silêncio do encanto,
Das metáforas ferventes, esvai-lhe o pranto.
E com força, aos altos céus, o poeta grita:
Não te quero longe, quero-te, ó Jesus,
Junto a mim, sorridente, com tua doce luz.
E então sua vida aos Seus pés deposita.
Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 24/10/2007
Alterado em 23/02/2012
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