Boi rebelde
Arria-te, ó mártir, ao pó desta terra,
Pois às costas levas faltas de teu povo.
És mais um escriba que a lei real encerra,
E tudo que querias era um caminho novo.
Tens na alma a brancura nítida de um cisne,
Qual bandeira agitada em pedidos de paz,
Percorrendo as outras retidas no tisne
Desse imenso curral altaneiro e voraz.
Deliras, bravejando agora em tom mais leve,
Mas nunca olvidado de tuas idéias,
Embora saibas ter contigo a vida breve.
Definhas no covil de ínfimas alcatéias,
Pagando um preço alto como alguém que deve,
Só porque não ficaste mudo nas platéias.
*Poema da época da ditadura militar - Década de 1980.
Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 22/10/2007
Alterado em 16/01/2008
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