A pretensão do ser
Nestas horas vãs, penso o homem, ser faunístico,
Singrando a sua vida em vagas, ser atlântico,
Pelos bares, seu canto e cantares, ser místico,
Semi-ânime, sem dote, este ser assemântico.
Incógnito, trafega em sonhos, tal libélula,
Sem censura, sem freio, amor, função poética.
E nas rugas do tempo envolto - anti-célula?
Sempiterno arlequim da voraz cibernética.
Prisioneiro de si, ser por si, metonímico,
Traz meia servidão de um todo pré-histórico:
Simiesco, trocista, hermético, mímico.
De onde vem este ser, de viver alegórico,
Um enigma do pó, barro-sopro, anímico?
Espécie terra-mar, ignívomo semafórico.
*Poema escrito na década de 1980.
Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 22/10/2007
Alterado em 16/01/2008
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.