"E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão." (Mateus, 7:3-5)
Como expresso na epígrafe, a hipocrisia tem rondado tanto o mundo real quanto o virtual. Em todos os lugares encontramos aquele tipo de pessoa que se julga melhor que as outras, que se guinda acima de um patamar que merece, simplesmente pelo prazer de aparecer ou por questões de soberba mesmo.
Uns acusam outros de mentirosos, mas se escondem por trás da capa da meia-verdade; outros denigrem a imagem de alguns, pois se julgam perfeitos perante Deus e os homens; e vários outros aplaudem, sem conhecimento de causa, naquela de "eu não quero saber quem morreu, eu quero é chorar". E as acusações, as críticas e ironias percorrem por meio de mexiricos, rádio-corredor, e-mails, orkut, facebook,twitter, artigos, poemetos, comentários vários.
E assim perguntamos: o que lucram essas pessoas com isso, as que acusam? Por que não se olhar primeiramente no espelho antes de atirar pedras? Por que não gastam o tempo dedicado a essas mesquinharias com coisas mais construtivas, que edificam tanto uns quanto outros? Por que, ao invés de formar panelinhas reais ou virtuais, não criar grupos de ajuda àqueles que necessitam, ainda que seja apenas de uma palavra de conforto ou de apoio moral?
Não seria melhor seguir os conselhos de nosso Mestre, como na epígrafe, e não se esquecendo que Deus vê tanto estes quanto aqueles? Julgar não cabe a nós. Somos pequenos, falhos e parciais demais para isso.
*Prof. Maurício Apolinário
é autor dos livros "Limites na sala de aula: emoções, atitudes e ações" e "A arte da guerra para professores"