Balada
As rimas tênues da idade
me trazem lírica lembrança,
abrindo os braços da saudade
ao belo tempo de criança.
Em meio à simplicidade,
nos pais bastante confiança
– mesmo em meio à tempestade –,
neles sentia segurança.
Na mente não tinha maldade
nem sentimento de vingança,
e muito menos falsidade
ou pesos vários na balança.
Eu entendi que a lealdade
caminha junto, em aliança,
com sua irmã, a bondade,
tão certa a sua semelhança.
Não conheci a abastança,
mas não passei necessidade;
eu aprendi que a temperança
é uma força de vontade.
Não basta ter perseverança,
é necessário humildade,
pois quem espera sempre alcança
em seu viver a dignidade.
Oh! Belo tempo de folgança,
a desfrutar felicidade,
que eu vivi só em bonança,
meu peito, em choro, hoje invade!
Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 11/01/2016
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