O vaso
Aquele vaso quebrado,
No meio da sala,
Deixou a marca da saudade
No vínculo rompido;
Deixou o coração sofrido
No canto do peito,
E dos olhos a lágrima
A deslizar no rosto.
Ficou um gosto de adeus
Na boca muda,
Um silêncio na distância
Entre dois afetos,
Que por mais incompletos,
Em suas naturezas fortes,
Sem rumo e sem norte
Alguém sofreu mais.
Foram muitos ais,
Muitas noites de insônia,
Uma lista imensa
De palavras não ditas.
E em meio às marcas
Deixadas na alma,
A lembrança do vaso,
No fundo, ainda cala:
Não ficou esquecido
No meio da sala.
Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 15/07/2015
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