O Salário do Professor
De acordo com o Inciso IV do Artigo 6º da Constituição Federal (1988), o salário mínimo deve ser capaz de atender às necessidades vitais básicas dos trabalhadores e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo.
Para início de conversa, há professores por esse Brasil afora que não ganham nem o salário mínimo, que mal dá para uma única pessoa sobreviver, quanto mais para suprir as suas necessidades vitais básicas e as de sua família, conforme descrito na Carta Magna. O que os políticos entendem por necessidades vitais básicas?
Cerca de 33,4% dos professores brasileiros ganham de 2 a 5 salários mínimos. Muito bem: cinco salários mínimos, em 2006, são R$ 1.750,00. Considerando que o professor e sua família somem quatro pessoas, na média, sendo duas delas crianças e/ou adolescentes na escola, e que o professor não possua casa própria (moradia), ele tem que fazer malabarismos para que o salário dê para uma alimentação razoável, mas não a ideal; pagar os estudos dos filhos (educação), comprar roupas (vestuário) para o casal e para os filhos; comprar produtos de higiene para a casa e para a família; custear gastos com médico, dentista e remédios (saúde); em muitos casos, pagar o transporte para ir trabalhar e para os filhos irem para a escola; e o que sobra deve dar para ele curtir bastante com a família (lazer). Tudo isso depois de descontado, na folha de pagamento, a parte da previdência social e, às vezes, também do famigerado “leão” da Receita. Que vidão! E os livros, jornais e revistas que precisa ler para se manter sempre atualizado, os cursos de capacitação que precisa fazer?
Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 31/05/2007