Descrever-te
Descrever-te é buscar, no inusitado,
As formas raras
Do parnaso-romântico,
É sugar, do lirismo, mais que metáforas,
É ir para além,
E emudecer-me diante de ti.
Descrever-te é neologizar-te em versos,
É rasgar o coração
Na busca incessante de uma nova palavra,
De uma nova figura,
É buscar a rima no mais profundo sentimento
E simplesmente rimar-te.
Descrever-te é ir para além dos adjetivos,
É ter-te por motivo
Dos versos tímidos que se te prostram
Aos pés, em êxtase,
Embasbacados ante a ti,
A mais pura poesia.
Descrever-te é colorir os sonhos
Com as cores de tuas virtudes,
É sonhá-los como quem ama
E jamais apaga a imagem do ser amado
De sua mente,
Tão simplesmente poeta azul.
Descrever-te é colher das estrelas o brilho,
Do luar, a grinalda pura,
E então tecer uma túnica cintilante
Na tentativa de igualarem-te no brilho,
Minha estrela única,
Que eu conheci numa noite fria de inverno.
*Poema dedicado a minha esposa.
Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 23/05/2008
Alterado em 09/11/2009
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